quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Gira o mundo, revira-volta...



Mais um fim de ano se aproxima...
Tantas coisas vividas foram tantas histórias, tanta coisa pra contar e, ao mesmo tempo parece que foi ontem que abracei os meus amores desejando feliz ano novo.
Passou tudo muito rápido, o ano trouxe saudade, trouxe felicidade, trouxe magoas e, sobretudo trouxe também alegrias e tristezas.
Com a proximidade do fim do ano, andei pensando muito sobre o que gostaria de ganhar neste natal... E este ano pretendo e, tenho de me lembrar de pedir o presente de natal correto, já sei o que vou pedir, vou pedir para ser só, só e feliz, descobri que não sou uma boa pessoa. Acho que pessoas para mim não existem, todas são muito diferentes, não posso continuar a ser assim com todos. Pessoas como eu, talvez, devam ser solitárias, suspensas sobre a Terra.
Ao fazer alguém sofrer, você sofre também, então, decidi ser só eu, ser eu comigo e a vida.
Aprendi esse ano que não importa o destino, em um expresso o que importa é embarcar, então, decidi embarcar sozinho. Vou para qualquer lugar, quero uma casa no fim do mundo, quero ir trabalhar a pé, quero um passaporte carimbado em todas as paginas, quero mil filmes para assistir no sábado a noite, quero morrer de rir sozinho, quero um lustre bem grande no meio da sala, quero ter uma piscina no fundo do quintal para os dias quentes, quero um jardim todo gramado com uma arvore imensa na frente da casa, assim terei sempre o que fazer, mesmo que seja cuidar das plantas e aparar a grama. 
Quero um cômodo da casa com teto de vidro, quero dormir apenas sob a luz das estrelas, quero um espaço onde eu possa acampar em casa, com direito a lanterna e fogueira, quero não criar mais raízes, quero viver de canto em canto, de lugar em lugar, quero viver rodeado de pessoas desconhecidas, não quero conhecer ninguém, não faço questão, no fim todos de alguma forma seriam atingidos, talvez eu não seja mesmo uma boa pessoa.
Já perdi muita coisa, muita gente... O mau de se apegar às pessoas é que de uma hora pra outra elas mudam e te deixam só, partem com seus outros amigos e companheiros e te deixam na primeira estação que a vida trazer... Volto novamente à estaca zero, a não ter companhia nem pro cinema do fim de semana... Cada um tem o seu próprio motivo, alguns são compreensíveis, outros não, mas não vou dizer que é fácil, a indiferença contigo junto da solidão dentre uma multidão de conhecidos, é a arma mais feroz, ela maltrata, mata aos poucos, deveria um dia virar crime, rs.
 Tenho chorado quase todas as noites, muitos motivos que tiram o sono e durmo sem perceber. Vivo meio estranho, não sei dizer, descobri que viver sob o descaso de alguém é a pior parte de uma vida, não sei se mereço viver assim pra sempre, mas digo que por mais má que a pessoa seja, merece ao menos ter a chance de viver só, em algum lugar dela...
Tenho treinado para uma vida única, a experiência inicial não tem sido muito boa, confesso, tenho sofrido um pouco, mas ainda é a minha preferência, estou de partida, não pretendo me despedir, no fim, não terei muitas pessoas a quem deixar pra traz, deixarei apenas marcas, marcas logo são apagadas, como as escritas na areia.
Sinceramente, não ando muito bem, depois de algumas “surras” fiquei meio desacorçoado, algumas marcas estão muito mal cicatrizadas, estou convencido de que não sou forte o suficiente para viver em comunidade, em dupla ou mesmo em casal, pretendo um dia comprar um peixe novamente, ouvi dizer que peixes não sofrem com os donos.
Escolhi algumas coisas pra preencher o tempo, agora por exemplo, corro no parque aos finais de semana. Estou tentando e, por tentar conseguimos uma hora ficar bem.

Ps.: Decidi não levar lembranças, não quero mais lembrar, quero viver anonimamente, sem laços, sem relações, sem sentimentos, sem, de alguma forma estar preso e, sem prender de algum lado.


"...Tantas idas, tantas rotas, na bagagem feridas
Se houve marcas, revoltas, e breves despedidas..."
(Eu Acredito, Pimentas do Reino)